terça-feira, 12 de agosto de 2014

what a month, what a month

agosto, sempre assim, não tem jeito. por mais que a gente se esforce em dar um tom mais colorido, ele insiste no cinza e nos leva junto.

hoje, tudo errado.

não consegui enfrentar a sala de espera do ginecologista e voltei pra casa.
dormi umas três horas.
sonhos horríveis, horríveis.
nenhuma notícia do andy.
nenhum sinal da minha mãe.
somente eu e minha terça-feira esfumaçada.

fogo no centro de niterói.
fogo nas entranhas.

cinco meses que mais se parecem cinco décadas.
e se arrastam.

vamos em frente, andy, vamos em frente.
eu não desisto, você não desiste, vamos em frente.

saí para pegar o passaporte e deixar as coisas no correio. duas horas de ônibus até o leblon.
e o celular pifou, para ajudar. 

nenhuma notícia do andy.
nada.

mas que caralho.

chego no leblon, chego naquele inferno,
e dou de cara com um dos sujeitos que arruinou a minha vida no rio de janeiro.
lembro do perdão.
lembro do tamanho da infelicidade dele e não gasto minhas energias com sentimentos de ódio e rancor.

subo as escadas, entro na sala, não há senha.
"moça, seu passaporte só vai estar pronto na sexta-feira".

caralho, caralho, caralho.
o que eu fiz para ter que ir ao leblon três vezes em menos de um mês?

caralho.
os pés estão me assassinando 
"you think you deserve that pain, but u dont".
pego o primeiro ônibus.

três horas para voltar para niterói.
o celular volta a funcionar, mas: 
nenhuma notícia do andy.

soubesse ele como eu fico em carne viva, ele não faria isso nunca mais.
é como se tirassem o meu balão de oxigênio.
horrível, horrível.

quase dez horas agora.
que dia mais miserável,
que mês mais horrível.

setembro I NEED U.