sábado, 15 de novembro de 2014

não fui

desmarquei com a renata. marquei e desmarquei. não sei, ao certo, o que é pior: recusar o convite logo de cara ou desmarcar. porque se eu desmarco logo de cara, como fiz com a tati, parece que estou menosprezando o convite, mas, se desmarco depois, parece que estou menosprezando ainda mais. o fato é que ontem, logo após combinarmos, imediatamente comecei a sofrer de ansiedade. ansiedade da ansiedade. "será que vou conseguir dormir e acordar bem?", "será que vou conseguir sair de casa?", "será que vou conseguir esconder essa cara de louca?", "será que estou muito gorda?". uma série de perguntas começou a me alfinetar e, claro, não dormi. quer dizer, dormi por três horas e às cinco da manhã eu já estava com os dois olhos arregalados e a certeza de que não ia conseguir.

tentei voltar a dormir até às dez. impossível. mandei, então, uma mensagem desmarcando e pedindo mil desculpas. só aí veio o alívio, a paz, e eu consegui relaxar o corpo e adormecer. é por isso que não se trata de não querer trabalhar. a questão é: eu não consigo sair de casa, na maior parte das vezes. deve ser porque sair de casa implica, necessariamente, interagir com outras pessoas. eu não quero mais isso. não quero falar mais. não quero conversar. estou emudecida há tempos. 

seu corpo, suas regras

mas, porra, courtney cox.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

zuenir ventura

"(...) não tenho a menor dúvida de que é preciso lutar. todo mundo, toda a sociedade, até o intelectual. isso não é uma coisa que você repasse para o governo, não é o governo que pode cuidar disso. embora o conceito de engajamento tenha mudado muito, a gente sabe que o jornalismo tem uma função social, tudo tem uma função social. não há como você se livrar disso."

no livro 'conversas sobre o tempo', editora agir

pendências

  • doar roupas;
  • pagar a fernanda;
  • comprar as passagens de BH;
  • vacinar o sebastião;
  • escrever para a luciana;
  • enviar os livros das últimas vendas;
  • ir ao ferro velho;

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

i'm back

saí do meu trabalho. entramos em um acordo, mas eu ainda cogito a possibilidade de processo. porque não dá simplesmente para deixar tudo o que aconteceu escondidinho atrás da minha estante de memórias. eu queria ter mais sangue de barata, esquecer tudo, mas todos os dias cenas do meu cotidiano naquela livraria invadem a minha cabeça. ao mesmo tempo, tenho tanta coisa para resolver/acertar antes da viagem, que não sei se vou ter tempo. a ver.

amanhã devo ir à defensoria pública da união e pegar orientações sobre os dois meses que fiquei sem receber qualquer dinheiro. também preciso pagar a primeira parte do empréstimo que fiz com a fernanda e ver as passagens para BH. andy e eu deixamos o rio no dia 28 e ficamos em terras mineiras por dois dias e meio. queremos visitar inhotim e ouro preto, além de cair na gandaia com a maria cristina, que deve voltar ao brasil na próxima semana. depois, voltamos para o rio, passamos o reveillon aqui e, na sequência, seguimos para são paulo (itu e embu das artes estão no roteiro). só temos dez dias juntos, espero que faça um tempo lindo do cão.

também preciso colocar os livros da lu no correio. e ir até copacabana, naquele sebo lá, tentar trocar algumas coisas. e preciso comprar uma mala e levar as roupas no exército da salvação. aos poucos, a casa que já não tem quase nada, vai ficando ainda mais vazia. durou pouco mais de oito meses meu lar doce lar. morei aqui por um longo período sem praticamente nada: sem geladeira, cama, mesa, nada. só um fogão, meu computador, um colchonete e alguns livros. as coisas começaram a mudar em fevereiro, quando decidi, por fim, mobiliar a casa. eu estava realmente mal das pernas e sabia que precisava de um lugar no mínimo confortável para passar a maior parte do tempo. 

c. me escreveu. ela não vem mais passar uns dias no rio, como estava planejando. eu vou para são paulo vê-la. ainda não sei como será esse reencontro, mas acredito que será melhor que o do ano passado. estamos mais fortes, mais centradas, com objetivos. pensei em ir de avião, mas vou de ônibus mesmo. chego na cidade na quinta-feira. m. também vai para a selva de pedras e devemos nos encontrar por lá. tanto a ser compartilhado. hoje conversamos um pouco e é inacreditável como nossas histórias se assemelham nos mais diversos aspectos. carrego comigo a maluca teoria de que somos pó da mesma estrela. 

luísa me escreveu para dizer que recebeu o livro. comecei uma corrente literária e pretendo fazer isso com tudo o que eu ler e gostar. além do realezZza, como forma de esvaziar a estante, quero espalhar meus livros entre gente querida por mim. se eles voltarem para as minhas mãos será ótimo; caso contrário, ótimo também, pois sei que ele estará em outras boas mãos. vamos ver. tenho até janeiro para fazer isso.

leonardo e flávia vieram semana passada pra cá. bendito fruto meu. encontrar os dois aquietou um pouco a minha tão pertubada alma. foi indescritível estar com eles, na lapa, naquele domingo. meu coração, de vez em quando, precisa lembrar que ainda existem bons e fiéis amigos. não posso esquecer. não posso esquecer jamais.

24 dias.
52 dias.

minha vida, essa eterna contagem regressiva.